Empreendedorismo e Inteligência Artificial: Sua empresa está preparada para viver um novo paradigma?
30 de agosto de 2021
Por Daniele Silva Botelho 

“A única constante é a mudança”.

Heraclito de Éfeso

Muito além dos aspectos da nossa vida pessoal, a tecnologia está influenciando drasticamente os setores empresariais. A implementação de tecnologias disruptivas no processo produtivo e de tomada de decisões tem se apresentado como importante estratégia na busca de competitividade e sustentabilidade nos negócios.

Dentre essas tecnologias inovadoras, cita-se a Inteligência Artificial, que, segundo Costa (2020)1 , pode ser definida como um campo da ciência que tem por objetivo o desenvolvimento de sistemas inteligentes, que percebam, compreendam, encontrem padrões, executem e aprendam por conta própria; de forma que o sistema desempenhe tarefas com grau de competência equivalente ou superior aos seres humanos.

Várias são as tecnologias utilizadas neste processo de ensinar computadores a “pensar”, sendo importante ter uma noção das três principais áreas da ciência da computação dedicadas a essa tarefa: a Machine Learning, a Deep Learning e o Processamento de Linguagem Natural.

Na Machine Learning (Aprendizado de Máquina), o sistema aprende a partir do mapeamento dos padrões de seu banco de dados. Isto significa que ele não é programado para seguir um conjunto de regras pré estabelecidas. Ao contrário, o sistema cria suas próprias regras após processamento dos dados a que está exposto, melhorando-as automática e gradualmente a medida que apresentado a novas experiências. Como exemplo de utilização da Machine Learning, podemos citar o sistema da Netflix que personaliza suas recomendações de acordo com a atividade do usuário em sua conta.

A Deep Learning (Aprendizado Profundo), por sua vez, apresenta um sistema de aprendizado mais intuitivo, que tenta imitar a rede neural do cérebro humano, utilizando algoritmos complexos que processam a informação em forma de camadas. Essa tecnologia atribui ao sistema a capacidade de aprender sozinho e inferir significado às informações, basicamente sem intervenção humana. São exemplos desse tipo de tecnologia, o sistema das assistentes virtuais Siri (Apple) e Cortana (Microsoft).

Por fim, o Processamento de Linguagem Natural auxilia o sistema a reconhecer, interpretar e manipular a linguagem natural da comunicação humana. Ou seja, faz com que o sistema seja capaz de entender e se comunicar com os seres humanos, seja ouvindo e interpretando falas, identificando sentimentos, lendo textos, etc. Essa tecnologia geralmente é utilizada em conjunto com as anteriores, para fins de proporcionar uma experiência mais completa e eficiente.

Nesse contexto, considerando suas funcionalidades inovadoras, a inteligência artificial se mostra como importante instrumento de gestão empresarial. Ela permite a reestruturação das atividades a partir da automatização de processos, gerando maior agilidade nas conclusões das tarefas, aumento da produtividade e maior assertividade dos resultados, que consequentemente provocam redução de custos e aumento dos lucros.

A inteligência artificial possibilita, ainda, a otimização na tratativa dos dados e informações do negócio. A partir da utilização de sistemas inteligentes, é possível analisar grande quantidade de dados, de forma sistemática, com a finalidade de identificar padrões e traçar previsões futuras, com base no histórico da informações e análises estatísticas.

Com o avanço das tecnologias, tais análises preditivas têm se mostrado cada vez mais eficientes e verdadeiras fábricas de “insights”, proporcionando ao administrador uma base sólida para a tomada de decisões.

Ademais, tendo por enfoque o cliente, a inteligência artificial pode auxiliar na personalização da experiência do consumidor, pois os sistemas são capazes de mapear o comportamento e preferências do indivíduo, proporcionando uma melhor compreensão de suas expectativas.

O que, consequentemente, influência na interação e índice de satisfação do cliente com empresa. O que se percebe, portanto, é que esta tecnologia abre um leque de possibilidades, vez que são diversas as áreas em que sua aplicação se faz possível, como por exemplo: robótica e automação; otimização e controle de processos; automação do atendimento do cliente; banco de dados dedutivos e mineração de dados; reconhecimento de padrões; aprendizagem, planejamentos e escalonamento de tarefas, etc2 . Assim, ao empreendedor cabe extrair o melhor que a inteligência artificial pode lhe proporcionar, levando em consideração a realidade e a estratégia do seu próprio negócio.

O importante é não se apegar aos métodos tradicionais e estar aberto as novidades que surgem a todo instante. A inteligência artificial se faz cada vez mais onipresente em nossa vida. Ela já não se caracteriza como uma ideia futurista. Ao contrário, vem se mostrando imprescindível a todos os negócios que têm a intenção de se manterem fortes e competitivos.

É preciso ter em mente que nada nessa vida é estático, tudo se encontra em constante transformação. Na atividade empresarial não é diferente, o sucesso e sobrevivência nos negócios depende da capacidade de se adaptar a mudanças, como também de inovar o status quo. Logo, aliar-se a novas tecnologias pode ser uma eficiente alternativa neste processo.

1 LOPES, Alan Moreira. TEIXEIRA, Tarcisio. TAKADA, Thalles. Manual jurídico da inovação e startus – 2. Ed. rev., atual. e ampl. – Salvador: Editora JusPodivm, 2020, pag. 37.

2 LOPES, Alan Moreira. TEIXEIRA, Tarcisio. TAKADA, Thalles. Manual jurídico da inovação e startus – 2. Ed. rev., atual. e ampl. – Salvador: Editora JusPodivm, 2020, pag. 44.

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